sábado, 2 de maio de 2009


Arrumar as malas e voltar para casa... A sensação de recomeço deveria estar me invadindo...mas não! A sensação de liberdade deveria estar gritando forte, mas não! A sensação de dever cumprido, essa sim, sossega minha alma.

Separar coisas... O côco com cachaça, que herdei do Ataliba, tem a cara do Marcelo. O ferro de passar roupa, afinal nunca emprestado, é claro que vai para o Tomás, a cadeira de praia, também herdada do Ataliba, vai para o Ricardo. As almofadas para a Rose. A pimenta para o Hélio. A Pati fica com a espiriteira. Os cremes de cabelo, para a Giovane... O travesseiro vai para o Robson... O CD de música gaúcha para o Fabrício e a Carlinha fica com todo o resto.... Levo o DVD que o Renato me deu e deixo com ele meus 20 anos....
Isto está parecendo um testamento....
No fundo não deixa de ser.... é como se eu estivesse enterrando um passado, uma mulher de apenas 2 anos, com a experiência de mais de 50....
É muito louco este sentimento mas fui duas durante 2 anos.
Aquela que voltava pra casa a cada 42 dias, cheia de saudades e de novidades e a que morava em Ourilândia do Norte, buraco perdido na floresta amazônica....
Quero deixar gravada pra sempre essa lembrança... Não da obra, do trabalho, dos profissionais, nem do cliente e muito menos dos empregadores....Quero deixar gravadas as sensações e os sentimentos das pessoas com as quais conviví, das pessoas que amei e daquelas que em algum momento odiei. Das que marcaram minha vida de alguma forma, e com certeza para sempre.

2 comentários:

Anônimo disse...

E aí Giu......humilhando na poesia....deixando as palavras explicarem o que as sensações de OIA provocaram em voce. E acredite...em todos nós...e mais: nunca mais esqueceremos a solidão e as amizades deste lugar e ao mesmo tempo um ótimo lugar pra se amar...porque aqui somos livres e nos permitimos ser mais verdadeiros...sem correntes!!BJUS, Gio

Bruna Hercog disse...

Essa é a minha mãe, guerreira como sempre, sensível como nunca!